Nosso existir
O homem está absolutamente só no universo. Deus , se é que existiu um dia, abandonou sua própria obra a si mesma, ou, quem sabe, de tão velho, já morreu.
Cada um de nós, em sua essência, no seu âmago é, irremediavelmente, solitário. Iremos morrer um dia e o ficará de nós será apenas e tão somente indeléveis pegadas nos caminhos tortuosos da consciência e da inconsciência daqueles que amamos um dia. Absolutamente nada mais.
O homem simplesmente existe. Nada para cada um de nós está determinado, tudo o que somos , tudo o que nos aconteceu ou acontecerá foi e será fruto de nossas decisões e ações. Não somos como os animais, pois cada qual é absolutamente “inocente” de seu destino.
A nossa vida, a existência de cada um de nós, é um processo que encetamos. Dentre as inúmeras possibilidades que possuimos e que se abrem a cada momento, escolhemos ou rejeitamos x, y ou z. Cada ser humano possui TODA A LIBERDADE PARA ESCOLHER, e destas escolhas resulta a essência do que somos, das relações que construimos, da identidade com que nos vemos. Não nos esqueçamos de que NÃO ESCOLHER também é ESCOLHER.
É esta LIBERDADE que nos torna irremediavelmente responsáveis por TUDO O QUE FAZEMOS. Mesmo assim, esta liberdade é contingente. Muitos fatores externos interferem na realização da LIBERDADE. Devemos, entretanto, assumi-los a cada passo, até aí caminha a nossa responsabilidade perante a vida.
O viver só pode ser agradável se aquela LIBERDADE for assumida; se a responsabilidade por cada ato nosso for assumida a cada instante. Quando deixamos de exercer a liberdade para agirmos , renunciamos igualmente ao nosso papel de agente do destino e nos transformamos EM SEU OBJETO.
Sempre está em NOSSO PODER ALTERAR NOSSA EXISTÊNCIA, pois nossa liberdade só cessa com a morte. A busca da felicidade passa por assumirmos que absolutamente nada é regido por um “destino” alheio a nós.
Nós construimos cada degrau da escada de nossa existência. Enfim, para o bem ou para o mal somos os únicos responsáveis por nós mesmos.
Assim vejo o homem. É muito duro, áspero, não há concessões e nem ilusões. Mas viver a LIBERDADE, saber-se responsável por cada ato e nada esperar além de nossa própria ação. Nisto consiste a beleza de viver.