Nascido em 1923 como Heinz Alfred Kissinger, na Alemanha, migrou na juventude com a família abastada para os Estados Unidos, devido às perseguições antissemitas do nazismo. Após servir ao exército dos EUA durante a Segunda Guerra Mundial, foi para Harvard, onde se dedicou ao estudo do poder nas relações internacionais.
Completou em maio de 2023, 100 anos sem jamais ter sido nem ao menos incriminado pelos múltiplos crimes de guerra e genocídio de povos, em que esteve envolvido por mais de 50 anos.
Entre 1969 e 1977, foi Secretário de Estado e Conselheiro de Segurança Nacional nos governos de Richard Nixon e Gerald Ford. No entanto, serviu extraoficialmente como conselheiro de todos os anteriores (posteriores a Roosevelt) e demais Presidentes dos USA. Foi um dos principais arquitetos da política externa americana durante a Guerra Fria.
O senador democrata americano Bernie Sanders, líder da esquerda congressual nos EUA, afirmou que tem “orgulho em dizer que Henry Kissinger não é meu amigo”. Ele o chama de “o secretário de Estado mais destrutivo (por seus crimes) da história moderna”.
Em milhões de seres humanos que foram assassinados por influência direta ou indireta do imperialismo americano, temos o dedo do genocida!
O golpe cívico-militar do Chile.
“Kissinger não se importava com ditaduras. Na verdade, ele gostava delas se estivessem do lado dos EUA e mantivessem quaisquer tipos de socialismo ou comunismo fora da América Latina”, disse à EFE Mario Del Pero, historiador da Sciences Po em Paris e autor da biografia The Eccentric Realist.
“Em um país que havia perdido seu norte político e moral por causa da Guerra do Vietnã, Kissinger enviou uma mensagem clara e inequívoca: a moralidade não foi feita para as relações internacionais”, acrescentou.
No governo Nixon, por meio da CIA, Henry Kissinger tentou impedir a confirmação de Allende como presidente; planejou o sequestro e execução do comandante-chefe do exército chileno. Nixon, por seu lado, deu ordem à CIA para “fazer a economia chilena gritar”.
Documentos do Arquivo Nacional dos EUA datados dos anos 1970, provam que Kissinger pressionou Nixon para remover do poder o presidente socialista democraticamente eleito no Chile, Salvador Allende, em 1973, porque acreditava que o modelo de governo chileno poderia ser “traiçoeiro” para os interesses americanos na região.
Kissinger foi um dos arquitetos diretos da ascensão do ditador Augusto Pinochet e sua junta militar, cujo governo torturou e matou milhares de pessoas. Seu dedo apodrecido também pode ser pesquisado na morte por atentados tanto do ex-embaixador Orlando Letelier (1976, nos USA), quanto na do general chileno legalista, Carlos Prates (1974, na Argentina), crimes perpetrados no rol da Operação Condor, com cooperação direta da CIA americana.
Um best-seller do jornalista Christopher Hitchens o acusou, em 2001, de crimes de guerra por suas ações em Camboja, Timor Leste e Chile (críticas impensáveis na década de 1970, quando Kissinger era o homem mais popular dos USA).
O principal mentor da operação clandestina de tortura e extermínio: Operação Condor.
Henry Kissinger foi o principal mentor da chamada Operação Condor, para varreu quase toda a América do Sul.
Após ser um dos inspiradores da ditadura militar implantada na Argentina democrática (1976/ 1983), que produziu mais de 30.000 vítimas fatais, entre mortos e desaparecidos, assim se expressou Kissinger ao genocida almirante Massera, integrante da junta militar:
“Se há coisas que precisam ser feitas, vocês devem fazê-las rapidamente”, referindo-se à eliminação e à repressão a quem era contra a ditadura, incluindo-se aí, obviamente, métodos como torturas e mortes.
Era o sinal verde dos americanos para o banho de sangue que se estenderia do Brasil, à Argentina e Chile, alcançando Uruguai e Paraguai, posteriormente, Bolívia e Equador e Peru, unificando o aparelhamento assassino repressor das ditaduras já implantadas em todos estes países.
Em 1975, a Operação Condor foi oficialmente formulada e descrita pela Central Intelligence Agency (CIA) como “um esforço cooperativo dos serviços de inteligência/segurança de vários países sul-americanos para combater o terrorismo e a subversão”.
O governo dos Estados Unidos forneceu planeamento, coordenação, formação sobre tortura e apoio técnico (Panamá), e forneceu ajuda militar às Juntas durante as administrações Johnson, Nixon, Ford, Carter e Reagan. Tal apoio era frequentemente encaminhado através da CIA.
As vítimas incluíam dissidentes e pessoas de esquerda, líderes sindicais e camponeses, padres e freiras, estudantes e professores, intelectuais e suspeitos de serem guerrilheiros.
Algumas estimativas indicam que pelo menos 60.000 mortes podem ser atribuídas à Condor, cerca de 30.000 das quais na Argentina, enquanto que o Arquivo do Terror lista 50.000 mortos, 30.000 desaparecidos e 400.000 presos.
Kissinger elogiou os resultados da Operação Condor pela sua “eficácia” na luta contra o terrorismo e desencorajou qualquer pressão internacional por uma transição democrática!
Um verdadeiro genocídio que destruiu gerações na América Latina!
O plano de bombardeio e destruição de Cuba.
O secretário norte-americano de Estado Henry Kissinger esteve a ponto de desencadear um conflito de imprevisíveis consequências com a União Soviética em 1976 por causa das sempre tempestuosas relações com Cuba.
Kissinger planejou naquele ano, durante o Governo do presidente Ford, minar e bombardear os portos da ilha e instalações militares em resposta à decisão de Fidel Castro de enviar tropas a Angola. O plano contemplava uma resposta militar soviética, o que teria levado a uma “guerra nuclear geral”.
Felizmente, o ataque planejado para depois das eleições de 1976 não ocorreu, já que as urnas deram a vitória ao democrata Jimmy Carter.
O relato se apoia em documentos sigilosos incluídos no livro Back Channel to Cuba (o canal oculto em direção a Cuba), dos pesquisadores William M. Leogrande e Peter Kornbluh, que narra as negociações e contatos secretos entre Washington e Havana depois da revolução de 1959.
Nas execuções sumárias no Brasil, o dedo podre do assassino americano está comprovado!
“Assunto: ‘Decisão do presidente brasileiro, Ernesto Geisel, de continuar com as execuções sumárias de subversivos perigosos, sob certas condições”, diz um memorando de 11 de abril de 1974 enviado pelo diretor da CIA, a agência de inteligência norte-americana, para o então secretário de Estado Henry Kissinger.
O documento, revelado pelo Bureau of Public Affairs do Departamento de Estado dos Estados Unidos, expõe que a cúpula do Governo militar brasileiro (1964-1985) sabia sobre as ações de exceção tomadas contra adversários do regime. “Este é o documento secreto mais perturbador que já li em vinte anos de pesquisa”, descreveu o pesquisador Matias Spektor, coordenador do Centro de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas.
O relatório começa descrevendo encontro de 30 de março de 1974 entre o então presidente Ernesto Geisel, o general Milton Tavares de Souza e o general Confúcio Danton de Paula Avelino, “respectivamente o ex-chefe e o novo chefe do Centro de Inteligência do Exército (CIE)”, na descrição do próprio relatório. “Também estava presente o general João Baptista Figueiredo, chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI)” e futuro presidente do país.
Em 1973, um Prêmio Nobel da Paz!
Por incrível que pareça, o alemão-judeu Henry Kissinger recebeu o Prêmio Nobel da Paz, devido a um acordo de cessar fogo na guerra no Vietnã! Ao contrário dele, o outro premiado, o vietnamita Le Duc Tho, devolveu o Nobel porque seu país continuou em conflito após os Acordos de Paris. O dirigente vietnamita disse também “não gostaria de ter seu nome vinculado àquele apoiador das ditaduras como as de Argentina e Espanha”.
Ao final da guerra, os americanos foram expulsos de todo o Vietnã, um povo heroico em sua libertação!
A listagem dos genocídios em que Kissinger ainda esteve comprovadamente envolvido é enorme!
- Garantiu apoio americano ao Paquistão durante a Guerra de Independência de Bangladesh apesar do genocídio perpetrado pelos paquistaneses, que alcançou quase meio milhão de civis.
- No cargo, autorizou bombardeios americanos ao Camboja, no contexto da Guerra do Vietnã, que deixaram ao menos 150 mil civis mortos.
- A guerra secreta no Camboja, que começou em 1969 com o bombardeio maciço do país por parte dos Estados Unidos, sem o conhecimento do Congresso ou da opinião pública. A intervenção americana contribuiu para o surgimento do regime genocida do denominado “Khmer Vermelho”, que matou cerca de 2 milhões de pessoas entre 1975 e 1979.
- Kissinger deu luz verde à invasão indonésia de Timor-Leste (1975). O ditador indonésio Suharto esteve com Gerald Ford e Kissinger em Jacarta em 6 de dezembro de 1975, um dia antes da invasão indonésia de Timor-Leste. Eles só queriam que operação fosse feita “rapidamente” e que fosse adiada até depois de terem retornado a Washington. Assim, Suharto atrasou a operação por um dia. Finalmente, em 7 de dezembro, as forças indonésias invadiram a antiga colónia portuguesa. As vendas de armas dos EUA para a Indonésia continuaram e Suharto prosseguiu com o plano de anexação. De acordo com Ben Kiernan, a invasão e ocupação resultaram na morte de quase um quarto da população timorense de 1975 a 1981.
- O programa de armas nucleares do Brasil. Henry Kissinger, durante a ditadura militar brasileira, na década de 1970, inaugurou canais secretos de comunicação com Brasília. O intuito era fortalecer o Brasil para torná-lo parceiro dos Estados Unidos na Guerra Fria e na ordem internacional que se formava.
- Kissinger tinha por objetivo a produção de armas nucleares no Brasil. Justificou sua posição argumentando que o Brasil era um firme aliado dos EUA e alegando que isso beneficiaria atores privados da indústria nuclear nos EUA. Felizmente, não conseguiu convencer o Congresso Americano.
Conclusão.
No escopo desse nosso trabalho, focalizamos apenas alguns exemplos dos motivos pelos quais Henry Kissinger deve ser considerado como um criminoso de guerra, embora nunca tenha sido incriminado formalmente, jamais julgado ou punido pelos seus atos.
Nos Estados Unidos, há quem não poupe nas críticas e acusações ao velho político. A revista “The Nation”, por exemplo, fala mesmo em “criminoso de guerra”. Tal qual nós, sem meias-tintas. O título do artigo é “Henry Kissinger, Criminoso de Guerra ainda à solta aos 100 anos de idade”*.
“Sabemos agora muito sobre os crimes que cometeu durante o seu mandato, desde ajudar Nixon a inviabilizar as conversações de paz de Paris e prolongar a Guerra do Vietnam até dar luz verde à invasão do Camboja e ao golpe de Pinochet no Chile. Mas sabemos pouco sobre as suas quatro décadas na Kissinger Associates”, (sempre voltada para assuntos de guerra e lucros e jamais investigada!
Ref.: Jornalista Christopher Hitchens (no livro The Trial of Henry Kissinger) e o analista Daniel Ellsberg (no livro Secrets).
Uma resposta
Excelente e verdadeiro roteiro de crimes de guerra cometido pelo crápula H. Kissenger cujas ações em nome do governo americano resultaram no assassinato de milhares quiça, milhões de seres humanos nos 5 continentes, tudo com objetivo manter hegemonia mundial dos EEUU=Terror Verdadeiro!