Em 1866, Dostoievski escreveu o primeiro romance psicológico dos tempos modernos, “Crime e Castigo”, e nele profetizou uma doença futura, altamente contagiosa, provocada por um parasita invisível e que poderia levar a civilização humana à destruição!
Raskolnikov, que em russo significa “uma pessoa cindida”, é o personagem principal do romance “Crime e Castigo”. Ele é um ex-estudante misantropo, com crises maníaco-depressivas, pobre, que vive em uma das imundas e lúgubres pocilgas de Petersburgo, precursoras das favelas das grandes cidades brasileiras de hoje em dia.
Em seu delírio, o ex-estudante, entretanto, acredita estar destinado “a grandes ações”, e debita à pobreza em que vive a impossibilidade de vir a tornar-se “um homem excepcional”, destes que mudam o rumo da história.
Ele, então, arquiteta um roubo e o executa, assassinando a machadadas uma velha usurária, que vive de penhores; porém, durante a cena do crime, aparece de forma inesperada a irmã da vítima, e ele comete um duplo homicídio. Ninguém testemunha. O dinheiro e joias obtidas, ele as enterra e se segue na miséria.
No entanto, Raskólnikov não consegue conviver com a própria consciência; depois de muito sofrimento e inconsistências, ele confessa ser o autor do crime.
Julgado, termina preso numa colônia de trabalhos forçados na Sibéria. E, em determinado momento, ele entra em profunda crise depressiva quando enfraquecido, e é internado no hospital para encarcerados.
E aí chegamos ao epílogo de “Crime e Castigo” e à PROFESSIA DE DOSTOIEVSKI!
Raskólnikov sonhou durante sua doença que o mundo todo estava condenado a ser vítima, num futuro, de uma terrível inaudita e nunca vista praga, “que originária das profundidades da Ásia”, cairia sobre a Europa, e se espalharia por todos os cantos!
“Surgira um novo parasita, ser microscópico que se introduzia no corpo das pessoas”. Eram seres invisíveis totalmente desconhecidos, inicialmente! E quase toda a humanidade poderia vir a perecer.
Uma característica destes parasitas: “eram ‘miasmas’, dotados de inteligência e de vontade”. As pessoas que se contaminavam se tornavam imediatamente loucos!
Mesmo enlouquecidos, os homens se acreditavam inteligentes e perseverantes, embora fossem estúpidos. Na verdade estes, que eram atacados pela moléstia, se consideravam os “mais infalíveis os seus dogmas”, nas suas conclusões que denominavam científicas, em suas convicções e crenças morais.
“Aldeias inteiras, cidades e povos inteiros foram contagiadas e enlouqueceram”.
“Todos estavam alarmados e não se entendiam uns aos outros. Todos pensavam serem os únicos senhores da verdade” e só sofriam ao verem que outros pensavam de modos diferentes.
“Não sabiam a quem e nem a como julgar; não podiam pôr-se de acordo sobre o que fosse bom e o que fosse mal, não sabiam a quem culpar e nem a quem justificar”.
“Os homens, então, agrediram-se mutuamente impelidos por um ódio insensato; se armavam contra outros em exércitos, mas os exércitos uma vez em marcha, começavam de repente a destroçar-se a si mesmos, as fileiras desfaziam-se, os guerreiros lançavam-se uns contra os outros”.
“Nas cidades passava-se o dia inteiro tocando sinais de alerta, todos eram chamados, mas quem os chamavam e para que, ninguém sabia e todos andavam assustados”.
Abandonavam os pequenos negócios, os ofícios mais comezinhos, “porque cada qual preconizava a sua ideia, os seus métodos e não podiam chegar a um acordo. E até a agricultura também foi abandonada”.
“Em alguns lugares os homens se reuniam em grupos, faziam certas combinações e juravam não se zangarem… Mas começavam imediatamente a fazer outra coisa completamente diferente da que acabaram de combinar, punham-se a se inculpar mutuamente, brigavam e se degolavam.”
Houve incêndios, fome disseminada. Tudo e todos se perderam.
E a peste crescia e cada vez avançava mais somente poucos homens conseguiram se salvar do contágio em todo mundo!
“Homens destinados a dar início a uma nova linhagem humana e uma nova vida, a renovar e a purificar à Terra”. No entanto, “ninguém via esses seres em parte alguma, ninguém ouvia a sua palavra e a sua voz.”
O vírus da Covid, que abraça e destrói nosso país, o faz, em parte, graças às loucuras de homens que se comprazem com a morte e com a destruição cultural do povo brasileiro!
No Brasil do século XXI, a profecia de Dostoievski se trasveste de uma triste realidade!