O clima de era de absoluta liberdade criativa na Atenas democrática do século V a.C., mesmo em tempos de guerra entre irmãos gregos, atenienses e espartanos. Ademais das desgraças trazidas pela guerra, Atenas era acometida pela peste, pois Morte e Guerra, Peste, Fome e Destruição sempre caminham juntas na história da humanidade!
E o futuro governo democrático do Brasil enfrentará estas mesmas bestas do Apocalipse plantadas pelo desgoverno cívico-militar de Bolsonaro!
O Teatro Grego como ferramenta para a produção da cidadania.
A comédia dita antiga” era crítica tanto da política, quanto dos atores políticos e dos costumes. Nela, o cinismo da sátira se mescla ao próprio tom popularesco e nada do aspecto aristocrático das tragédias sobrevive a este!
E Aristófanes, foi seu maior expoente!
A Comédia “A Paz”, exibida pela primeira vez em 421 a.C, conta a história do lavrador Trigeu que, cansado de tantas guerras, resolve subir ao Olímpo, morada dos deuses, para resgatar a Paz.
“O certo é que sofro quando vocês, filhos, pedem pão, chamando-me de papai e não tenho em casa nem mesmo um níquel! Desde que um graveto crepitou timidamente e um tonel atingido chocou-se violentamente contra outro tonel, não houve mais quem pudesse deter o mal e a Paz desapareceu”.
Trigeu não é nenhum aristocrata, mas um camponês, e sua viagem é libertária! A humildade sobe ao Olimpo!
Para voar, Trigeu monta em um escaravelho gigante que se alimenta de merda, um dos pontos mais intrigantes da peça.
E a que deuses Trigeu busca no solar dos deuses?
Chegando lá, encontra apenas o comilão Hermes que foi deixado por todos os deuses que, com raiva dos homens, resolveram abandoná-los com suas mazelas e subirem “mais aos céus” para “parar de observar os homens insanos”. Os deuses haviam se cansado da estupidez dos homens!
Perguntas que um camponês faz a Hermes: Onde estará o Pai do Universo? Por que ele permite a guerra?
E onde está a deusa protetora de minha cidade, Atena, a da sabedoria, das artes, da inteligência e da justiça?
Mas, Trigeu encontrou somente um deus: E justamente Hermes! O de sandálias aladas. Deus ladrão, herói da mentira e da malícia. Protetor dos viajantes, do comércio e dos ladrões!
Além do mais, acompanhante dos mortos até o rio Lates.
Hermes também está cansado de acompanhar tantas almas, sacrificadas pela guerra!
Cadê a Paz, quem a escondeu, interroga Trigeu o deus que monta guarda a uma gruta.
E Hermes lhe responde: nesta gruta está aprisionada a Paz!
Trigeu não se conforma: Quem a teria encarcerado? Algum deus?
Hermes responde: OS HOMENS! Nós, deuses, nada temos a ver com isso!
Trigeu e os camponeses libertam a Paz.
Mas não é nada fácil libertar a Paz e as duas amigas, que são suas acompanhantes, encerradas na mais profunda gruta do Olimpo!
Assim, Trigeu, volta à terra e se faz acompanhar pelo povo simples e num esforço heroico, todos juntos, libertam a Paz da caverna e a traz de volta para a Terra.
Nos campos atenienses todos são recebidos com grande festa, mas atenção: apenas pelos homens de paz! Um profundo pesar alcança aqueles que lucravam com a guerra!
Diz Trigeu:
“Marchem todos por aqui fogosamente, diretos para a liberdade! Ajudemo-nos uns aos outros, gregos de toda parte, agora ou nunca! Chega de campos de batalha! Chega de uniformes militares! Acabar de raiar o dia luminoso de que os traficantes de guerra não vão gostar! ”
“Não sou eu que quero; são as minhas pernas que começam a dançar sozinhas, sem eu sentir. Jogar as armas fora, é como jogar a velhice fora”.
E a PAZ liberta tem duas acompanhantes!
A primeira é a Alegria que é levada para ser desposada por cada Representante do Povo no Aerópago!
E ao final, ela se casa com todo o povo… Com certas exceções!
E outra é a Abundância!
Nem todos ficam felizes!
• Generais
• Fazedores de lanças
• Curtidores de escudos
• Fazedores de couraças e de arcos.
A eles todos, Trigeu aconselha:
• Mudem de Profissão: Generais, que tal trabalharem um pouco?
• Fazedores de armas, precisamos de arados! As crianças, de brinquedos!
• Fazedores de arcos, produzam harpas. Precisamos de música!
Em vez de semearem o ódio, o rancor e a morte, que dar vez à VIDA?
Na vida real, após dois anos de estreia de “A Paz”, a peste abandona Atenas e a guerra com Esparta arrefece temporariamente! “Após o inverno, sempre a Natureza volta a florir, e chegam para nos acolher a primavera e o verão!” Insiste Trigeu.
Qualquer semelhança com a atualidade não é mera coincidência.
E viva A Paz, que traz a Abundância e Alegria consigo!!!!!! Bem-vindo Lula, mensageiro da Paz, da Alegria e da Abundância para o sofrido povo brasileiro!
2 respostas
Estou ao lado de Russo e de Aristófanes na exaltação da P A Z!
Os Seres Humanos precisam de Abundância e da Alegria na PAZ, que recria, reconforta, restabelece forças, restaura afetos e a felicidade de viver!
FELIZES FESTAS! FELIZ 2023!
Orlando Sampaio Silva
Caro Orlando, feliz Natal e um ótimo Ano de restauração dos valores civilizatórios para todos. Abraços